Pesquisa da PUC-Campinas comprova eficácia de laser para recuperação do paladar de pacientes com sequelas da Covid
Estudo conduzido no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde fez testes em grupo com 70 voluntários por até dois meses. Veja quais foram os resultados e os próximos passos. Pesquisa comprova eficácia de laser para recuperação do paladar de paciente com Covid-19
Uma pesquisa realizada pela PUC-Campinas comprovou a eficácia no uso de laser de baixa potência para recuperar o paladar de pacientes com sequelas da Covid-19. O estudo foi feito por meio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde a partir de testes em grupo com 70 voluntários.
A pesquisadora Letícia Fernandes Sobreira Parreira explicou que as avaliações foram realizadas na Clínica de Odontologia da universidade. O objetivo da pesquisa foi verificar os resultados do tratamento que tradicionalmente já era usado em pacientes com câncer com sintomas parecidos.
Como foi o estudo e resultados
Os pacientes foram selecionados após a confirmação de que perderam paladar e olfato, e na sequência foram divididos em dois grupos. O primeiro recebeu fotobiomodulação (aplicação de luz) de forma simulada associada à terapia olfativa, enquanto o segundo recebeu aplicação real de laser.
Neste caso, a aplicação ocorreu em 18 pontos da borda lateral da língua e glândulas salivares. O estudo demonstrou melhora mais rápida e eficiente no grupo que recebeu o tratamento verdadeiro.
“O paciente não sente dor, não sente calor, não sente queimação, não sente absolutamente nada”, ressaltou Letícia
A luz pode ser vermelha ou infravermelha. Ela aumenta a imunidade do paciente, tem efeito antioxidante, e consegue controlar inflamações. “Foi pensado um protocolo praticamente para tratar os pacientes pós-Covid-19”, explicou o pesquisador e professor Carlos Eduardo Fontana.
Segundo a pesquisa, houve melhora no distúrbio do paladar nos dois grupos. Contudo, a reversão completa só foi verificada em 13,8% dos pacientes submetidos ao procedimento simulado, enquanto o tratamento real alcançou índice de 32,3%, portanto, ultrapassou o dobro.
A avaliação da disfunção do paladar, semanal, submeteu os voluntários ao teste de sabores com ácido cítrico (azedo), sacarose (doce), cloreto de sódio (salgado) e extrato seco de boldo (amargo).
O resultado do estudo deve ser apresentado à Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica em setembro. Os procedimentos foram feitos uma vez por semana, acompanhados por testes de sabores e questionário qualitativo, até remissão dos sintomas ou por até dois meses, em ambos os grupos.
Pesquisa mostra eficácia de laser para recuperar paladar de pacientes que tiveram Covid-19
Reprodução/EPTV
Treinamento olfativo e avaliação
Ao longo da pesquisa, os pacientes também foram orientados para um treinamento olfativo com objetivo de melhorar o distúrbio de paladar. Neste caso, foram usados rosa, limão, eucalipto e cravo.
Cada paciente sentiu o odor de cada substância por 20 segundos, duas vezes ao dia, por dois meses.
Mulheres predominam
Do total de participantes na pesquisa, 54 foram mulheres, o que reforçou pesquisas onde houve indicação de que mulheres têm maior capacidade de percepção do sabor, portanto, percebem mais facilmente se o paladar está normal ou não, informou o estudo.
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