Manifestação produz manchas arroxeadas e afeta idosos. O autoexame é importante para descobrir lesões O nome assusta, mas não se trata de nada grave. A púrpura senil se caracteriza pelo aparecimento de manchas arroxeadas, principalmente nas mãos e nos antebraços, resultantes de pequenas hemorragias. Elas ocorrem por uma combinação de fatores associados ao envelhecimento: a atrofia do tecido cutâneo e a fragilidade vasos sanguíneos, como explica o doutor Luiz Gameiro, assistente do departamento de dermatologia geriátrica da Sociedade Brasileira de Dermatologia e médico colaborador da Unicamp:
O dermatologista Luiz Gameiro: ressecamento da pele é uma das queixas mais comuns entre idosos
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“O colágeno é uma proteína fundamental para a resistência da pele, que sofre duplamente com o envelhecimento: ao mesmo tempo em que vai se degradando, devido à exposição ao sol ao longo dos anos e a fatores como o tabagismo, há uma diminuição da sua produção. Além disso, medicamentos como a cortisona, utilizada por pacientes com reumatismo ou asma, afinam a pele. Sem a sustentação de antes, os vasos sofrem rompimentos”.
O quadro resulta de uma insuficiência cutânea crônica que, apesar da aparência nem sempre agradável, não é preocupante. Esse “extravasamento” de sangue pode ficar contido na derme, e apenas colorir a pele num tom entre o vermelho e o roxo, ou aflorar. Deve-se procurar atendimento médico se o sangramento não parar, diz o dermatologista:
“No entanto, não é o caso de se dar ponto no local do rompimento e, de maneira alguma, cobrir com esparadrapo, porque a pele já está muito frágil. O correto é usar compressas frias, ou gaze umedecida com soro fisiológico, colocando uma atadura para curativo por cima”.
O hematoma também é considerado uma púrpura, mas normalmente acontece quando uma pancada rompe um vaso de calibre grande – por isso está associado a um trauma acompanhado de inchaço. Cuidar da pele para mantê-la saudável é trabalho para a vida toda: inclui boa alimentação, beber bastante água, sono de qualidade, hidratação e proteção contra o sol. Pedi ao doutor Gameiro, que tem um canal de vídeos sobre temas ligados à dermatologia, conselhos para cuidar da pele madura. Aqui vão dez dicas:
O ressecamento da pele, que provoca prurido (coceira), é uma das queixas mais comuns entre idosos. Deve-se evitar o banho quente, ou então diminuir sua duração para algo entre 3 e 5 minutos.
Dar preferência a sabonetes suaves, à base de glicerina, e não utilizar buchas ou esponjas, que são abrasivas.
Secar o corpo sem esfregá-lo vigorosamente com a toalha, para não irritar a pele.
Os cremes de hidratação mais indicados são os para pele sensível ou seca.
Optar por produtos sem fragrância, porque disparam processos alérgicos. No caso de algum tipo de alergia nas axilas, a recomendação vale também para desodorantes.
Caprichar na higiene dos pés, com atenção especial para a região entre o último e o penúltimo dedo, onde o surgimento de frieiras é frequente: elas podem ser a porta de entrada para infecções.
O autoexame é importante para detectar o câncer de pele em áreas muito expostas ao sol: uma ferida que não cicatriza, uma espinha que não sara ou uma casquinha persistente por mais de dois meses são sinais de alerta, principalmente se houver dor e sangramento.
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O organismo precisa do sol forte do meio do dia para sintetizar vitamina D, mas expor-se pode ser um fator de risco. A saída é conversar com o médico sobre a necessidade de suplementação.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia disponibiliza uma cartilha sobre os cuidados com a pele da pessoa idosa que pode ser acessada neste link.